Ano Novo, turma nova, novas exigências. É assim para a maioria dos professores. Entretanto, alguns argumentos não mudam, ou não deveriam mudar. Falo das regras de inter-pessoalidade entre professor e aluno, a forma de relacionamento, a disciplina no uso da autoridade docente.
No discurso do primeiro dia de aula é preciso acentuar os “is” colocando cada um no seu lugar, no seu devido lugar, ou seja, aluno no lugar de aluno e professor no lugar de professor.
O relativismo ético e político que nossa sociedade pós-moderna vive não deve prejudicar nossas escolas, tampouco nossas classes e aulas. Por isso, urge que os professores tenham postura profissional em sala de aula: alunos não são amigos, amigas, nem amiguinhos; tampouco alunos são filhos, definitivamente não são. E eles precisam ser relembrados disso sempre que necessário - especialmente diante de um professor novo.
Aos professores solteiros, especialmente de ensino médio e superior, entendam: alunas e alunos não são pretendentes amorosos. A priori, de fato, não são mesmo! O corpo docente todo precisa ter plena consciência disso.
Daí porque é tão válido o batido e forte argumento do “cada coisa no seu devido lugar”. Dentro da escola e, mais especialmente, dentro da sala de aula, mestre e aprendiz devem esquecer-se de sua amizade virtual no Facebook e Orkut, devem esquecer-se que se cruzaram no shopping recentemente, enfim, nenhum dos aspectos que lembre relacionamento íntimo deve ser trazido para dentro do discurso de sala de aula, pois raras vezes essa intimidade será benéfica ao ensino-aprendizagem.
Escola é lugar para estudar! Isso é o que justifica a existência da instituição escolar, e é lei. Claro que os alunos também devem colaborar, mas ninguém, mais do que o professor, é responsável pela vigência e vivência dessa lei em suas aulas. Por isso, no discurso do primeiro dia de aula, professor, lembre-se de dizer que, dentro da classe e da escola, seu sorriso jamais é de flerte e suas exigências jamais são de inimizade para com os alunos, mas são apenas mecanismos de enriquecimento cultural e humano usados pelo profissional docente - que você é - na busca pelo aprimoramento dos alunos - colegas de trabalho - que lhe foram confiados.
O autor, Wellington Martins, é graduado em filosofia (USC) e mestrando em filosofia ética e política (PUC)
Fonte: JCNET
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