quinta-feira, 11 de outubro de 2012

AS (DES)VANTAGENS DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

As feras Milena e Eliane concordam que é preciso ter foco
nas pesquisas quando se trata de redes sociais
No lugar de quadro e pincel, projetor multimídia e slides. Cadernos e lápis? São frequentemente substituídos por tablets ou smartphones. Já está ficando para trás a realidade analógica das salas de aula, cada vez mais equipadas com aparatos tecnológicos, tanto pelos professores quanto pelos alunos. A onda digital tende a impulsionar o processo de ensino-aprendizagem, mas é preciso alguns cuidados para a aliada não se transformar em vilã.
Professor de geografia há 15 anos, Anderson Leineker precisou se adaptar à realidade da nova geração de alunos, conhecida como Y ou geração da internet. Eles já não se satisfazem apenas com livros didáticos ilustrados por alguns mapas, é preciso interação e movimento. "Alguns alunos digitam a aula em editores de texto no seu smartphone ou tablet", comenta o professor. 
Outros, porém, optam por tirar fotos do quadro ou esperar pelo e-mail do professor com os slides das aulas. Este é o caso da fera de odontologia Milena Monteiro, de 17 anos. "É ótimo porque a gente não precisa ficar perdendo tempo copiando o que tem no quadro e presta mais atenção ao que o professor fala", explica.
Toda semana o professor Aderbal Araújo publica no seu Facebook dois ou três artigos de revistas científicas ou pesquisas recentes na sua área. Além disso, ele adianta gabarito de prova, tira dúvidas, resolve problemas e sugere leituras. "É uma forma de usar o FB como ferramenta de informação boa e não só como distração e entretenimento", alerta o professor de biologia. Essa é, na verdade, a maior preocupação tanto dos docentes, quanto dos próprios alunos. 
Candidata a uma vaga no curso de direito, Eliane Goes, 17, tem iPhone, usa todas as redes sociais e, mais frequentemente, o aplicativo Whatsapp, para conversa instantânea. Ela afirma que evita usar essas ferramentas durante a aula para não ficar dispersa. "Você acaba não prestando atenção na aula", admite.
Embora reconheça a tentação de conferir as atualizações do seu Facebook sempre que entra na rede social, Eliana procura focar nas postagens dos amigos de turma e professores sobre o assunto que vai cair na prova e dicas de conteúdo. 
Milena concorda com a amiga: "A gente tira a atenção para o estudo, pois quando entra no computador, acaba vendo outras coisas e esquece do resto", completa a vestibulanda. O professor Aderbal conclui que o caso não é abrir mão das redes sociais, já que podem ser utilizadas para fins pedagógicos, mas ser objetivo em suas buscas na internet. "O jovem tem que estar focado no que quer e se concentrar. Se for disperso vai sair do foco que é muito comum entre os adolescentes", acrescenta Aderbal.
Um outro cuidado levantado pelo docente é com relação às referências dos sites acessados para pesquisa. "Os feras têm que ter cautela com as fontes. A gente procura indicar sites confiáveis, mas muitas vezes eles procuram por conta própria", alerta. Ele comemora quando os alunos avançam nas pesquisas: "muitas vezes eles trazem até considerações que nós desconhecíamos".
Fonte: NE 10

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