sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CASA DE ESTUDANTE CRIADORA DE "DIÁRIO DE CLASSE" NO FACEBOOK É APEDREJADA

Avó da menina foi atingida por pedras enquanto estava em casa. Na manhã seguinte, seu pai também teria sido ameaçado enquanto buscava Isadora na escola
A casa de Isadora Faber, 13 anos, aluna que criou a página "Diário de Classe" no Facebook, foi apedrejada na noite desta segunda-feira (5). De acordo com informações divulgadas pela estudante na rede social, a avó da menina de 65 anos foi atingida pelas pedras.
A polêmica da quadra começou depois das férias de julho,
quando Isadora postou indagações em sua página no Facebook
sobre onde estaria o pintor da quadra
Isadora contou em publicação na sua página no Facebook que o caso já foi encaminhado para a polícia. "Teve uma chuva de pedras em casa. Uma delas atingiu minha avó de 65 anos que sofre de uma doença degenerativa. Meus pais tomaram as providências, e hoje levaram minha avó para fazer exames e para a polícia. Lá, eles fizeram os exames de perícia. Agora, ela está em tratamento", escreveu.
Além das retaliações de segunda-feira, Isadora afirma ter sido ameaçada por um homem chamado "Seu Francisco" na manhã de terça-feira, 6. A aluna é matriculada na Escola Básica Maria Tomázia Coelho, e, segundo a menina, "Seu Francisco" teria recebido pagamento pelo serviço de pintura das quadras sem realizá-lo há mais de três meses.
“Seu Francisco e seu outro filho foram na escola para buscar sua filhinha, e fizeram o maior escândalo comigo e meu pai. Cercaram o carro. Ele estava querendo briga com meu pai dizendo que tinha que calar minha boca, que eu só falava besteiras e que nós tínhamos que sair da cidade, pois não somos 'nativos'". "A garota juntou uma turminha para me bater e ele dizia para o meu pai que podia esperar que ia ver, que ele vai pegar meu pai e que vai acabar conosco", contou Isadora no Facebook.
A mãe da estudante, Diamela Leal Faber, afirmou que, durante a discussão com o pai de Isadora, Christian Faber, o pintor deu a entender que estava armado. "Ele disse que iria resolver por outros meios que estavam no carro", afirmou.
A polêmica da quadra começou depois das férias de julho, quando Isadora postou indagações em sua página no Facebook sobre onde estaria o pintor responsável pela reforma. “Desde a volta das férias, pergunto para direção a situação da pintura da quadra. As tintas para pintura estão na sala da diretora faz 2 anos, elas têm vencimento em novembro de 2012. A diretora falou que já pagou adiantado para pintarem a quadra, mas não diz quanto gastou e nem quem é a empresa contratada”, contou no dia 16 de outubro.
Procurada pela Universia Brasil, a diretoria da escola não quis confirmar o nome de "Seu Francisco", o nome da empresa para qual trabalha, nem há quanto tempo havia sido contratada. Depois do início das postagens sobre a pintura, outra aluna, de 15 anos, teria começado a ameaçá-la. Isadora conta o ocorrido em postagem do dia 23 de outubro. “Já faz um tempo tem uma garota que fica me ameaçando toda hora na escola, dizendo que vai me bater, me chamando de ridícula entre outras coisas.”
Após procurar a diretoria para pedir providências, a irmã de Isadora, Eduarda, de 16 anos, foi informada que a menina era filha de "Seu Francisco". “(A diretora) falou que ela deve estar assim por causa das minhas postagens do “Seu Francisco” e dos comentários que fazem”, Isadora informou no Facebook.
Além dela, outro aluno, de 8 anos, também teria sido ameaçado pela mesma estudante. “Ela foi ameaçar meu guri na escola com mais três meninas para falar que ela não poderia mais falar com a Isadora”, contou a mãe do menino, Joice Ferreira da Rosa. De acordo com o boletim de ocorrência registrado por Joice, a menina teria dito para ele não “andar mais com a Isadora, pois se não ele veria o que aconteceria.”
A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis divulgou em nota oficial na noite de quarta-feira, 7, o repúdio a qualquer ato de violência e defendeu a liberdade de expressão para todos. Como medidas para remediar os acontecimentos da semana, afirma ter tomado “diversas providências para fortalecer a Escola Maria Tomázia Coelho”, como a reativação da APP (Associação de Pais e Professores), a criação de um Conselho Escolar, que reúne pais, estudantes, professores, demais funcionários, diretoria e membros do bairro para atuar no estudo, planejamento, controle e avaliação das ações cotidianas da escola.
Ainda na nota, a Secretaria afirma ter mediado o diálogo entre a escola e a comunidade e ter solicitado à antiga diretoria da APP a prestação de contas para ser avaliada pela Gerência de Controle Interno e Ouvidoria. Para garantir a preservação do patrimônio público e das pessoas, a guarda municipal diz fazer ronda permanente nas imediações da unidade escolar.
Fonte: UNIVERSIA

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