Para muitos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação é um dos maiores desafios. Prova que vale até mil pontos e tem caráter eliminatório para quem tira zero, a redação pode fazer a diferença para quem pretende obter vaga na educação superior pública ou o acesso a programas educacionais do governo federal como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Para o professor de língua portuguesa e literatura Rafael Batista, a prova de redação do Enem é diferente daquelas aplicadas em outros vestibulares. “A redação do Enem tem um diferencial: precisa avaliar o aluno que termina o ensino médio, mas também avaliar se esse estudante se porta como um sujeito crítico diante da realidade”, afirmou. “Além de apresentar argumentos, o aluno também precisa apresentar propostas de intervenção para se demonstrar como um sujeito crítico.”
O professor também destacou a importância de o estudante compreender o que é exigido pelo exame. “É importantíssimo que os participantes percebam que a redação não pode ferir os direitos humanos, já que estamos falando de um debate social para a promoção da dignidade”, salientou. “Além disso, a estrutura do texto tem de ser dissertativa, ou seja, um texto que exponha informações e apresente argumentos.”
No Enem, a redação deve ter no mínimo oito e no máximo 30 linhas. O texto deve ser dissertativo-argumentativo. Os participantes que fugirem do tema proposto, escreverem número menor de linhas do que o exigido ou deixarem a folha em branco podem receber nota zero. Textos que desrespeitem os direitos humanos também recebem nota zero.
Avaliação — No processo de correção das provas de redação, os participantes são avaliados em cinco competências, que valem, cada uma, até 200 pontos — domínio da norma-padrão da língua escrita; compreensão da proposta; capacidade de organizar e relacionar informações; construção da argumentação e elaboração de proposta de intervenção ao problema exposto.
As redações do Enem são aferidas por dois corretores, de forma individual. Cada um deles atribui nota entre zero e 200 pontos a cada uma das competências. Caso haja diferença superior a 100 pontos entre as notas totais dos dois corretores ou de mais de 80 pontos em qualquer uma das cinco competências, a redação segue para um terceiro avaliador. Na hipótese de a discrepância continuar depois da terceira avaliação, a redação será corrigida por uma banca com três professores, que será responsável pela nota final.
O Guia de Redação, na internet, explica tudo sobre a redação do Enem e oferece exemplos de textos com nota mil.
Fonte: MEC
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