sábado, 10 de setembro de 2011

PROFESSORES RESISTEM E MANTÊM GREVE; MULTA JÁ É DE 60 MIL

A Justiça determinou pagamento de multa de R$ 10 mil por cada dia de greve, após a decretação da ilegalidade. A Secretaria de Educação do Estado confirmou que vai tomar as medidas que a Justiça determinou
Apesar de já acumularem dívida de R$ 60 mil com o Governo do Estado, em decorrência da decretação da ilegalidade da greve dos professores da rede pública estadual de ensino pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), docentes do Estado decidiram, ontem, em assembleia geral, continuar a paralisação.
Munidos de bandeiras e cartazes com frases de apoio à continuação da greve e com críticas diretas ao governador Cid Gomes (PSB), professores avaliaram que o momento é de fortalecer o movimento. “Nós conseguimos avançar muito nessa semana, principalmente com o nosso ato no dia 7 de setembro”, frisaram professores de Fortaleza, da Região Metropolitana e da Região do Cariri.
Mesmo com a continuidade da greve, por medo de demissão, vários professores temporários, que não têm estabilidade nos cargos, já estão voltando às atividades. A palavra de ordem em algumas escolas na Capital e no interior do Estado, segundo O POVO apurou na Assembleia, também é de que os professores voltem às salas de aula.
Receosos de que o movimento seja enfraquecido pela volta, mesmo que parcial, de alguns docentes às escolas, o comando de greve solicitou durante a Assembleia que a categoria “continue na luta”.
Punição
Por meio de nota, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) informou que, desde o primeiro momento, a posição do Governo foi de retomar as negociações, mas que há “intransigência” por parte da categoria. “A Seduc vai tomar as medidas que a Justiça determina e cumprirá a ordem judicial”, enfatizou a nota.
De acordo com o assessor jurídico do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc), Ítalo Bezerra, ao final da greve, há expectativa de que a dívida seja negociada com o Governo do Estado. “Pode ser feito um acordo político com o governador para retirar a multa”, ponderou.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
De acordo com decisão do desembargador Emanuel Leite Albuquerque, que determinou a suspensão da greve, professores teriam de voltar ao trabalho, sob pena de pagarem R$ 10 mil por dia de descumprimento.
SERVIÇO
Na Assembleia Geral, os professores grevistas marcaram duas atividades para a próxima semana, com intuito de fortalecer o movimento. De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc), Anísio Melo, a agenda também será disponibilizada no site da entidade, no link: www.apeoc.org.br/agenda.html.
1. Aulão de cidadania
O quê: Aula com a temática “A luta pelo Piso Salarial dos Professores e contra a criminalização dos movimentos sociais
Quando: Dia 14 de setembro (Quarta-feira)
Onde: Praça do Ferreira. 
Horário: 8 horas
2. Assembleia Geral da categoria 
O quê: Assembleia Geral dos professores para decidir sobre a continuação ou não da greve
Quando: Dia 16 de setembro (Sexta-feira) 
Onde: Ginásio Paulo Sarasate.
Horário: 8 horas 
Entenda o caso 
5/8 - Professores realizam assembleia e decidem entrar em greve. Paralisação foi motivada por discordância com proposta de reajuste oferecida pelo Governo do Estado.
19/8 - Governo pede à Justiça que seja decretada a ilegalidade da greve.
25/8 - Alunos e professores ocupam a Assembleia Legislativa e realizam manifestação. A Casa começa a intermediar o diálogo entre a categoria e o governo.
26/8 - Após anunciar que não enviaria mais à Assembleia a proposta de reajuste temida pelo Sindicato Apeoc, o Governo propõe zerar a negociação com os professores.
29/8 - Justiça determina a suspensão da greve. Revoltados, professores decidem manter a paralisação.
1º/9 - Professores ocupam Assembleia e fazem a mais tensa das manifestações.
7/9 - Categoria realiza grande manifestação na avenida Beira-Mar, durante o desfile do dia da Independência.
9/9 - Ao analisar que a greve está ganhando força na opinião pública, categoria mantêm greve.

DO BLOG: Acompanhando os fatos, parece-me que a intransigência nas negociações não é do lado dos professores, e sim do Governo do Estado. E mais. Citar afirmações verbais como garantias de negociação não existe. Portanto, este não deve ser argumento para pedir o fim do movimento grevista.

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