A alguns meses dos principais vestibulares, insegurança e ansiedade são sensações presentes no cotidiano dos vestibulandos. Ouvidos pela reportagem do UOL Educação, estudantes falam da rotina de estudos, das poucas horas de sono e dos finais de semana adiados por conta de simulados e mais estudo.
Com a famosa “setembrite”, Priscila Carvalho, 18, conta que o clima é de tensão. “Agora no final do ano, está bem difícil relaxar. Desde mês passado os professores já começaram a colocar pressão.”
Pátio vira lugar de estudos para alunos de cursinho |
Para Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do colégio e curso Objetivo, o momento é de organização e dedicação. "Dá tempo ainda de correr atrás do prejuízo. Vale a pena aprender ainda, dá pra tirar dúvidas com os professores", diz.
“Não tem fim de semana, não. Vejo meu namorado uma vez por semana, só. Não sei mais o que é viajar, não tem tempo pra isso”, relata Victoria Cuchi Cincotto, 17, candidata ao curso de direito na USP (Universidade de São Paulo), na Unesp (Universidade Estadual Paulista) e no Mackenzie (Universidade Presbiteriana Mackenzie). "Em um dia que você deixa de estudar, você perde muita coisa”, define a estudante.
Se o momento é de turbinar o estudo para a maratona de fim de ano, a coordenadora lembra que descanso e alimentação são essenciais. "Os alunos têm que se preocupar também com alimentação, com qualidade do sono - não pode varar noites estudando -, e com organização", recomenda.
Horas de estudo
No terceiro ano de cursinho, Mateus Marcos Pereira, 20, estuda mais de 12 horas todos os dias, diminui só no fim de semana. “Vou dormir 1h30 da manhã, acordo 6h00. Fico muito cansado, mas é o jeito. Estou tentando mudar um pouco e descansar um pouco mais. Só estudar, não adianta.”, considera.
Professor de um cursinho da capital paulista explica exercícios de física |
Na sua planilha de estudo, Pereira prioriza as matérias de exatas, com foco nos vestibulares da AFA (Academia da Força Aérea Brasileira) e do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), em que tentará uma vaga em engenharia.
Para Pacco Felix Fernadez, 20, que vai prestar três vestibulares para engenharia, a ansiedade aumenta à medida em que as provas vão se aproximando. “Estou bem nervoso, mês que vem já tem o vestibular do IME [Instituto Militar de Engenharia], e falta muita coisa para estudar."
"Abdicamos de sair, de namorar. É basicamente estudar e descansar”, resume.
Reta final
Para Mirella Mendes Silva, 18, que vai prestar os vestibulares para relações internacionais, o mais difícil é controlar a ansiedade. “Nervosismo à flor da pele. Nossa, já chorei tanto. Já falei que não queria fazer mais nada disso, mas tem que persistir, né? É ir com a cara e com a coragem, é questão de mérito”, diz a estudante.
A dica da a professora Vera Lúcia é que os alunos acompanhem os professores no conteúdo, não acumulem estudos e não queiram revisar a matéria do começo do ano, porque isso atrapalha no percurso final.
"A hora que o conteúdo acabar de ser passado é hora de revisar. O candidato nunca vai saber 100% de tudo, mas ter noção do que se trata já ajuda a pensar, a eliminar alternativas na prova", afirma.
Fonte: UOL EDUCAÇÃO
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