Os vestibulandos da Escola Marieta Cals que estudam no turno da tarde têm muito a comemorar. Isto por que a obra trabalhada de forma mais intensa para o vestibular (A Bagaceira) foi exatamente a que foi escolhida pela comissão executiva.
Desde cedo que o professor Herisson Jones afirmava com convicção de que esta seria a obra escolhida. Desta forma, Herisson trabalhou com seus alunos dos 3º anos D e E não só o resumo, mas o livro inteiro e o filme. Desta forma, é de se esperar que tais estudantes tenham uma boa bagagem de conhecimentos sobre a obra.
A Bagaceira é um romance do escritor José Américo de Almeida publicado em 1928. É considerado o marco inicial do romance regionalista do Modernismo brasileiro.
O enredo baseia-se no êxodo da seca no ano de 1898.
"(...) Uma ressurreição de cemitérios antigos - esqueletos redivivos, com o aspecto e o fedor das covas podres.(...)".
O enredo central gira em torno de um triângulo amoroso entre Soledade, Lúcio e Dagoberto. Soledade, menina sertaneja, uma retirante da seca, chega ao engenho de Dagoberto, pai de Lúcio, acompanhada de vários retirantes: Valentim, seu pai, Pirunga, seu irmão de criação e outros que fugiam da seca. Lúcio e Soledade acabam se apaixonando. A relação entre ambos ganha ares dramáticos no momento em que Dagoberto, o dono da fazenda, violenta Soledade e faz dela sua amante.
Essa história trágica de amor serve ao autor, político paraibano, puramente como pretexto para que denuncie a questão social no seu estado e no Nordeste, em especial, o aspecto da seca e da necessidade da população. É feita também uma análise da vida dos retirantes que surgem nas bagaceiras dos engenhos, quando ocorrem as estiagens, não sendo bem vistos pelos brejeiros (trabalhadores permanentes dos engenhos).
O Professor Joel Pontes, da UFP, em crítica publicada no Pequeno Dicionário da Literatura Brasileira, diz que o "romance foi publicado na hora certa e fez séria oposição ao cosmopolitismo dos modernistas da fase inicial". Ainda segundo o professor, A Bagaceira foi importante base para as obras de Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Rachel de Queiroz. O professor continua, afirmando que personagens como Dagoberto, Pirunga e Soledade retornam mais bem caracterizados nas obras posteriores dos escritores citados, deixando claro, contudo, que o romance tecnicamente não inova a prosa nordestina, pois ainda é um romance de tese. Isso pode ser percebido no capítulo "O Julgamento", que é típico dos romances do século XIX e também presente em "Os Sertões", de Euclides da Cunha.
O ponto de destaque do romance é o aspecto sociológico e a poetização de cenas e sentimentos, sendo que estes dois detalhes por si sós já colocam o romance como uma obra importante da literatura brasileira em todos os tempos.
Com a publicação de A bagaceira, em 1928, José Américo de Almeida inicia o chamado Ciclo Regionalista Nordestino, mais tarde desenvolvido por outros nordestinos que também se tornaram famosos.
* Com informações de Wikipédia.
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