Brasília – O maior problema do acordo ortográfico são as regras do hífen, na opinião do professor de língua portuguesa Ernani Pimentel. Especialista em gramática e autor de livros, o professor já ensinou o idioma para mais de 500 mil alunos. “O grande problema [é que] não se quis pensar na regra. A rigor, o latim nunca teve hífen. Há quem defenda até a inexistência do hífen. A Alemanha acabou com ele. É possível simplificar as regras”, assegura.
Dentre o que considera “incoerências” do acordo, o professor destaca palavras como mandachuva, que se escreve sem hífen e guarda-chuva, que manteve o sinal. “Como você pode dizer que cor de café, cor de abacate se escrevem sem hífen e cor-de-rosa se escreve com hífen? Faz sentido isso, regras com exceções? Não faz mais sentido”.
Outro exemplo é o uso das letras “j” e “x”. “Você estudou que se usa “j” nas palavras derivadas do tupi e do árabe, mas como você vai saber que elas vieram do tupi e do árabe? Você vai escrever com “x” as palavras derivadas do árabe e do africano, mas como saber se a palavra é derivada do árabe ou do africano? Você não tem condição de saber”.
No caso das consoantes que não se pronunciam, Pimentel lembra que o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas, por isso óptimo passou a ser escrito ótimo quando o “p” deixou de ser pronunciado. “Então, [se] o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas porque que o “h” inicial não foi jogado fora? Ele é uma consoante não pronunciada. Então existem regras que se contradizem”.
Ao citar a palavra super-homem, que é com hífen e com “h”, Pimentel lembra que esse hífen está dizendo que o “h” é importante, tem que ser mantido. Por outro lado, a palavra desumano é sem hífen e sem “h”, o que significa que o “h” não é importante e pode ser jogado fora. “Qual o critério? O “h” é importante ou não? O italiano já jogou o “h” inicial fora e é uma língua latina. Porque a gente não aproveita isso"?
No que diz respeito ao acento diferencial, o professor defende que o da forma verbal para (terceira pessoa do singular do verbo parar no presente do indicativo) deve ser restituído, “ porque a pronúncia dele é muito diferente no verbo e na preposição”. Pimental explica que há uma intensidade na pronúncia [do verbo] e essa intensidade tem que ser reproduzida no acento porque muda o significado.
No caso do trema, Pimentel é radical: “É absurdo ter tirado o trema, porque o acordo é ortográfico, só pode mexer na escrita, e o trema não é ortográfico, é ortofônico [é um sinal que significa que a letra sobre a qual há tema se pronuncia]. Ele [o acordo] mudou a pronúncia”.
Para o professor o trema não poderia ser suprimido pelo acordo. “Por exemplo: farmácia era com ph e lei, com y, mas [quando essas letras foram substituídas] não se alterou a fonética, houve mudança ortográfica. O trema não pode ser mexido por um acordo ortográfico”.
Dentre o que considera “incoerências” do acordo, o professor destaca palavras como mandachuva, que se escreve sem hífen e guarda-chuva, que manteve o sinal. “Como você pode dizer que cor de café, cor de abacate se escrevem sem hífen e cor-de-rosa se escreve com hífen? Faz sentido isso, regras com exceções? Não faz mais sentido”.
Outro exemplo é o uso das letras “j” e “x”. “Você estudou que se usa “j” nas palavras derivadas do tupi e do árabe, mas como você vai saber que elas vieram do tupi e do árabe? Você vai escrever com “x” as palavras derivadas do árabe e do africano, mas como saber se a palavra é derivada do árabe ou do africano? Você não tem condição de saber”.
No caso das consoantes que não se pronunciam, Pimentel lembra que o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas, por isso óptimo passou a ser escrito ótimo quando o “p” deixou de ser pronunciado. “Então, [se] o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas porque que o “h” inicial não foi jogado fora? Ele é uma consoante não pronunciada. Então existem regras que se contradizem”.
Ao citar a palavra super-homem, que é com hífen e com “h”, Pimentel lembra que esse hífen está dizendo que o “h” é importante, tem que ser mantido. Por outro lado, a palavra desumano é sem hífen e sem “h”, o que significa que o “h” não é importante e pode ser jogado fora. “Qual o critério? O “h” é importante ou não? O italiano já jogou o “h” inicial fora e é uma língua latina. Porque a gente não aproveita isso"?
No que diz respeito ao acento diferencial, o professor defende que o da forma verbal para (terceira pessoa do singular do verbo parar no presente do indicativo) deve ser restituído, “ porque a pronúncia dele é muito diferente no verbo e na preposição”. Pimental explica que há uma intensidade na pronúncia [do verbo] e essa intensidade tem que ser reproduzida no acento porque muda o significado.
No caso do trema, Pimentel é radical: “É absurdo ter tirado o trema, porque o acordo é ortográfico, só pode mexer na escrita, e o trema não é ortográfico, é ortofônico [é um sinal que significa que a letra sobre a qual há tema se pronuncia]. Ele [o acordo] mudou a pronúncia”.
Para o professor o trema não poderia ser suprimido pelo acordo. “Por exemplo: farmácia era com ph e lei, com y, mas [quando essas letras foram substituídas] não se alterou a fonética, houve mudança ortográfica. O trema não pode ser mexido por um acordo ortográfico”.
Fonte: EBC
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